segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A bem afamada República

Para começar nada melhor que o passado recente do nosso país. No dia em que se iniciava as comemorações do centenário da instauração República, um motivo de celebração para todos os portugueses, esperem... Para todos não... Será que ninguém se lembrou dos pobres monárquicos? Enfim, continuando, no dia em que se deu início a estas celebrações na cidade do Porto, relembrando precisamente a revolta do Porto, um dos rastilho para que essa mesmo instauração fosse possível, os nossos governantes dirigiram-se ao seu povo com discursos emotivos. Como não podia deixar de ser o discurso do nosso Presidente da República, o símbolo máximo deste sistema político, tinha de ser escutado com especial atenção.

Cavaco Silva, na sua qualidade de Presidente da República, fez um discurso não só recordando o passado e a origem da República como também e ainda mais importante apelando a todos os portugueses que se unam e para que deste modo tenhamos "um Portugal melhor, mais fraterno e mais solidário" , num momento que é tão delicado para todos. Contudo não foi este o único desejo do nosso Presidente da República, Cavaco Silva espera também “que as comemorações do centenário da República sejam um factor de mobilização nacional capaz de incutir nos portugueses do século XXI o mesmo espírito dos revoltosos de 31 de Janeiro [de 1891], um espírito inconformista e de esperança" com o objectivo de que as comemorações que então se iniciavam pudessem “ser a semente de um novo espírito de cidadania(..)”. Esperemos então que todos nós possamos corresponder as expectativas criadas pelo Chefe de Estado.

Bem todos não pois há pelo menos um cidadão português que, apesar de para ele também ser tempo de união, não deve ser contudo ao lado do actual Chefe de Estado, falo claro do poeta Manuel Alegre. Com poucos minutos de diferença e na mesma cidade o cidadão Manuel Alegre discursa também sobre o mesmo assunto que levou Cavaco Silva a cidade invicta. Contudo apesar de nesse seu discurso referir as celebrações que a data relembrava, não foi contudo, para mim o mais importante. Manuel Alegre reforça a sua candidatura ao cargo de Presidente da República, reforçando a união de todos os portugueses, uma candidatura "por Portugal e pela necessidade de dar uma nova esperança à democracia portuguesa" e não associado a qualquer partido político.
Eu pergunto-me então, em que pé fica o coidato do Bloco de Esquerda que já tinha assumido o seu apoio a Manuel Alegre? Bem sei que apoiar não é o mesmo que apresentar um candidato mas depois de ouvir disser o poeta político que "o cargo de Presidente da República é unipessoal e independente" o Bloco de Esquerda tem de repensar se quer de facto declarar o seu apoio a um cidadão que neste tempo de união, que é tão necessária, ataca claramente tudo que diga respeito as acções do nosso Presidente da República.

Ainda a esta distancia das eleições e já andam com este jogos políticos? Será que o país não tem mais nada com que se preocupar?
Continuem assim os nossos queridos políticos e vamos ver onde a nossa união nos levará.